Em entrevista para a mídia Digital, a Presidente da Comissão das Mulheres do Agro do Sindicato Rural de Codó, Inalda Beder, traçou um amplo panorama sobre o agronegócio no Brasil, seu expressivo crescimento no Maranhão e o papel das mulheres dentro deste contexto. Inalda também aproveitou para convidar toda população de Codó e das regiões vizinhas para visitarem a 51ª edição da Expocodó, que terá como tema a Força da Mulher No Agro.
MD: Como você poderia falar sobre o papel das Mulheres no Agronegócio?
Inalda Beder: “O agronegócio brasileiro é um pilar fundamental da economia nacional, contribuindo significativamente para o PIB e as exportações. No entanto, é essencial reconhecer a força invisível que sustenta essa estrutura: as mulheres. Elas desempenham um papel vital não apenas como gestoras e proprietárias de propriedades rurais, mas também como inovadoras, líderes e agentes de transformação social em suas comunidades. Historicamente, as mulheres têm estado envolvidas na agricultura, mas sua contribuição começou a ser mais reconhecida à medida que a formalização da participação feminina nos negócios rurais avança. Muitas mulheres estão à frente de atividades que vão desde a produção até a comercialização e a gestão de propriedades, trazendo uma perspectiva única e essencial que busca equilibrar a eficiência econômica com a responsabilidade social e ambiental. Esse equilíbrio é crucial para promover um desenvolvimento sustentável no setor, uma vez que as mulheres tendem a priorizar práticas agrícolas que respeitem o meio ambiente e as comunidades locais”.
MD: Quais são os principais desafios que as mulheres enfrentam no agronegócio?
Inalda Beder: “As mulheres no agronegócio enfrentam uma série de desafios significativos. Um dos principais é o acesso limitado a financiamentos, que muitas vezes dificulta a expansão e a modernização de suas atividades. Além disso, a falta de reconhecimento em posições de liderança e algumas desigualdades nas estruturas de poder agronômico são barreiras que precisam ser superadas. A conciliação entre a vida profissional e as responsabilidades familiares também representa um desafio, muitas vezes levando a um acúmulo de funções que pode ser desgastante. Adicionalmente, a percepção de que determinadas atividades pertencem ao domínio masculino pode criar um ambiente controverso, que dificulta a ascensão das mulheres, limitando suas oportunidades de crescimento e desenvolvimento no setor”.
MD: Você poderia compartilhar um exemplo inspirador de uma mulher que faz a diferença no agronegócio?
Inalda Beder: “Um exemplo inspirador é o da pecuarista Adelaide Britto, que se destaca por seu trabalho inovador em sua fazenda, reconhecida nacionalmente. Desde o início de sua jornada, Adelaide buscou aprender e aplicar novas tecnologias, o que resultou em um aumento significativo da produtividade e sustentabilidade de sua propriedade. Seu compromisso com a inovação e a melhoria contínua serve de inspiração para muitas outras mulheres no setor, demonstrando que, com determinação e conhecimento, é possível transformar realidades e alcançar o sucesso no agronegócio”.
MD: Quais são as iniciativas que podem ser tomadas para apoiar mais as mulheres no setor agrícola?
Inalda Beder: “Para apoiar as mulheres no agronegócio, diversas iniciativas podem ser implementadas, com a busca por programas de capacitação e treinamento que são fundamentais para equipar mulheres com as habilidades necessárias para prosperar no setor. O acesso facilitado a créditos e recursos financeiros é igualmente importante, pois permite que elas invistam em suas propriedades e ampliem seus negócios. Além disso, a promoção de redes de apoio, como a Comissão das Mulheres do Agro, criada pela FAEMA, é vital para fomentar a troca de experiências e o fortalecimento de um ambiente colaborativo. Sensibilizar o mercado e a sociedade sobre a importância da inclusão feminina deve ser uma visão estratégica, pois isso ajuda a construir um ecossistema mais voltado ao desenvolvimento sustentável”.
MD: Como você vê o futuro da mulher no agronegócio nos próximos anos?
Inalda Beder: “O futuro da mulher no agronegócio é muito promissor. Com o aumento da conscientização sobre o papel que as mulheres desempenham no setor, é provável que vejamos um crescimento no número de mulheres ocupando cargos de liderança e contribuindo para a inovação. Essa mudança não apenas enriquecerá o agronegócio, mas também promoverá práticas mais sustentáveis e responsáveis, alinhadas às necessidades contemporâneas de nossa sociedade”.
MD: Que conselhos você daria para mulheres que desejam ingressar no agronegócio?
Inalda Beder: “Para as mulheres que desejam ingressar no agronegócio, meu conselho é : busquem formação e capacitação contínua. O conhecimento é uma ferramenta poderosa que abre portas e proporciona oportunidades. Estejam abertas a novas oportunidades e inovações, pois o agronegócio é um campo dinâmico e em constante evolução. Aproveito também para convidar todas as mulheres que já atuam ou desejam atuar no setor à participar do “Encontro das Mulheres do Agro”, que ocorrerá no dia 31/7, às 19h, durante a 51ª Expocodo, com apoio da Faema, Sincodo, Acrivi, Banco do Brasil. Este será um momento valioso para troca de experiências e fortalecimento de nossa rede!”
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