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quinta-feira, 7 de abril de 2022

NO MARANHÃO, COVID MATOU 4 VEZES MAIS SERVIDORES DO QUE PRESOS

O número de mortes de servidores lotados no sistema prisional do Maranhão por complicações da Covid-19 é quatro vezes maior do que a quantidade de óbitos de detentos. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que constatou um aumento de 10 vezes em janeiro deste ano em comparação com os novos casos informados em dezembro de 2021. Desde agosto, o monitoramento de novos casos pelo CNJ vinha mantendo registros abaixo de mil no sistema prisional, mas nos meses seguintes o contágio no cárcere disparou, principalmente entre funcionários.

De acordo com o levantamento, 603 presos haviam sido contaminados até janeiro deste ano nas unidades de ressocialização do estado. O número de mortes de apenados não passou de 3, resultando em uma taxa de letalidade aproximada de 0,5% (meio por cento). Em relação aos servidores do sistema penal, houve 1.142 casos confirmados e 12 mortes. O índice de transmissão entre trabalhadores é quase duas vezes o de presidiários contaminados pelo novo coronavírus.

Mortes

Mas o que chama atenção mesmo é a disparidade entre a quantidade de mortes de funcionários do sistema prisional e de detentos no Maranhão. São quatro vezes mais servidores que foram a óbito em comparação com o número de presos mortos em decorrência da Covid-19. Em termos percentuais, a taxa de letalidade entre trabalhadores dos presídios é 300% maior do que a quantidade de condenados que não resistiram à enfermidade.

No ranking nacional dos óbitos de presidiários por Covid-19, o Maranhão ocupa a 8ª posição, junto com Rondônia. No Nordeste, o estado é o 5º da lista, atrás de Pernambuco, Ceará, Bahia e Paraíba. Em número de mortes de servidores, o Maranhão é primeiro colocado do Nordeste, com 12 registros. O estado da região que mais se aproxima desse número é o Ceará, com 9 funcionários mortos por complicações da infecção pelo novo coronavírus.

Quanto a transmissão entre detentos, o sistema penitenciário maranhense está à frente de seis unidades da federação: Acre, Alagoas, Amapá, Paraíba, Roraima e Sergipe. Em relação ao contágio de servidores, o Maranhão é o 8º colocado, à frente de estados com sistema carcerário mais amplo e complexo, como Ceará, Goiás, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

A elevada desproporção entre o número de mortes de servidores e de presos em decorrência da Covid-19 traz à tona uma realidade preocupante: enquanto os servidores estão mais expostos ao novo coronavírus e desassistidos quando acometidos pela doença, os presos estão melhor protegidos e aqueles que são infectados recebem atendimento mais ágil e eficaz, daí a baixa letalidade entre os indivíduos que cumprem pena privativa de liberdade.

Confira aqui informações detalhadas sobre o contágio de servidores do sistema penal e presidiários.

Fonte: Daniel Matos

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