Em enaltecimento à mulher e de sua importância como construtora da história desse país, a Polícia Civil do Maranhão apresenta um pouco de histórias de mulheres policiais civis dentro da Instituição de segurança, sem mitos, sem medos, mas com muita força e determinação do poderio feminino na polícia. Entre uma investigação e uma prisão ou no meio de uma operação em lugares remotos, a mulher está presente com seu toque feminino. Porque não um batom? E que tal um blush? claro que sim!
Já se foi o tempo em que as mulheres tinham vontade de fazer parte da Polícia como meta de um sonho, porém acabavam desistindo por pensar que é um ambiente genuinamente masculino. Agora, elas estão lutando pelos seus espaços em uma sociedade cheia de tabus.
Conheça um pouco das histórias de três mulheres que compõem o quadro da Polícia Civil do Maranhão. Suas trajetórias, seus medos, desafios e a gratificação em ser uma policial. Nossa matéria propôs a elas a responder algumas perguntas sobre a carreira profissional.
Jaciane Monteiro – Escrivã da Polícia Civil do Maranhão
Jaciane entrou na Polícia Civil no ano de 2009, sendo lotada de imediato na cidade de Açailândia e posteriormente para Imperatriz, “Essas duas cidades foram muito importantes para mim, porque me ensinaram a ser polícia de verdade. Aqui na capital trabalhei na Delegacia de Homicídios, na Superintendência de Homicídios (SHPP) e na Superintendência de Investigações Criminais (SEIC), enquanto estive nesta última tive a oportunidade de percorrer várias cidades do interior do Maranhão e também outros estados do Brasil. Atualmente, estou na Delegacia Geral, à frente da unidade gestora de atividade meio da Polícia Civil.
Segundo a escrivã os desafios são enormes, todos os dias. “O trabalho da polícia é muito importante para a sociedade, embora o aparelhamento, modernização e investimentos estejam além do que esperamos. Fazemos muito com poucos recursos, sejam humanos ou materiais, mas poderíamos fazer muito mais, se tivéssemos investimentos e tecnologia a favor das polícias”, destacou a profissional. A minha maior motivação para exercer a atividade policial é poder ajudar as pessoas, sem distinção, é recompensador ao final de um trabalho exaustivo, o reconhecimento e o respeito por parte da sociedade, aquilo que parece que é impossível de resolver e você consegue”.
“O único medo que tenho é o de decepcionar os meus familiares, venho de uma família humilde e aprendi desde cedo, com os meus pais, o valor do trabalho digno e o quão ele é importante para a nossa vida, entrar para a Polícia Civil foi a oportunidade que tive de melhorar a nossa condição social. Ao longo da minha jornada policial, já enfrentei inúmeras situações de dificuldades, de crise, da falta de estrutura para desempenhar a atividade, de condições de trabalho dignas, e até mesmo de capacitismo, porque não é fácil ser mulher em uma instituição predominante masculina, mas enfrentei e superei todas elas, e o maior aprendizado que tive é que devemos sempre dar o nosso melhor e focar na solução, nunca no problema. Depois de tantas dificuldades, aprendemos a ser resilientes, a ter autoconfiança no nosso trabalho e na nossa missão, que é proteger e servir a sociedade”.
“Desde pequena, a minha mãe me influenciou bastante em cuidar da autoestima, pois ela é cabeleireira e tinha um salão de beleza, então cresci nesse ambiente e isso foi muito importante para trabalhar o meu autoconhecimento. Mesmo em meio a tantos afazeres na Polícia Civil, dá sim pra garantir um tempinho para se cuidar, pois a energia feminina que cultivamos serve para reafirmar o sentimento de pertencimento na construção de uma instituição mais plural e que historicamente foi ocupada predominante pelo sexo masculino”.
Quando falamos em inspiração a escriva foi bem em enfática em sua resposta. “A delegada Nilmar da Gama é a minha maior influência institucional, trabalhamos juntas em muitos trabalhos de notoriedade na PCMA, com ela aprendi que não existem crimes sem solução e para uma investigação policial bem sucedida é preciso disciplina, garra e determinação. Ela é uma inspiradora referência”, finalizou Jaciane.
Camila Kzam – Investigadora da Polícia Civil do Maranhão
Há dois anos na Polícia Civil, a investigadora Camila Kzam já prestou seus serviços para Delegacias do interior do estado e na capital, São Luís. No ponto de vista dela, existem grandes desafios a se enfrentar dentro do exercício da profissão.” Atualmente está sendo a necessidade de se reinventar diariamente para consegui trabalhar no meio de uma crise pandêmica de Covid-19 e em meio ao caos social instalado”, destacou Camila.
“Mesmo diante disso, tenho como maior motivação para ser uma excelente profissional, a estabilidade do serviço público e saber que somos os primeiros garantidores da justiça”, acrescentou Kzam.
Os medos, as limitações e os obstáculos? a investigadora disse que evidentemente eles existem. “O risco inerente a profissão policial, afinal somos a linha de frente no combate ao crime”.
Quando se fala de uma mulher dentro de uma Instituição policial, perseguindo e prendendo criminosos ou em lugares imprevisíveis, fica o questionamento sobre o lado vaidoso dessa profissional, é possível? “Procuro sempre fazer atividade física e manter a boa aparência. Com a vida super corrida, não vou dizer que é fácil, é um desafio, mas tudo é uma questão de prioridades”, disse a entrevistada.
“A minha influência vem dos profissionais que exerçam com zelo, dedicação e presteza o seu trabalho, que não medem esforços para garantir o mínimo de justiça e que se empenham para melhorar o ambiente policial e social no qual estamos inseridos”.
Natália Porpino –Delegada da Polícia Civil do Maranhão
Tendo iniciado a sua carreira policial no estado de Pernambuco, onde foi escrivã, a delegada Natália Porpino já possui em sua bagagem 12 anos de carreira. No Maranhão, a delegada contribuiu com seus trabalhos nas Delegacias da Mulher na cidades de Barra do Corda, Balsas e Rosário. Atualmente, coordena a especializada de São José de Ribamar.
A delegada explana que não é uma tarefa fácil ser uma mulher profissional da segurança em um ambiente predominantemente masculino, mas, que é possível. “A profissão, sobretudo para a mulher, não é fácil. Todavia, eu amo o que faço! A cultura machista e de intolerância ainda está muito enraizada no país. Logo, essa desconstrução diária não apenas no comportamento masculino, mas, principalmente, no conformismo e aceitação, é o meu maior desafio”, enfatizou Natália.
De acordo com delegada, sua motivação para ser policial não veio de longe. “Eu cresci no ambiente policial por causa do meu pai e com ele conheci “os altos e baixos” da profissão e aprendi a valorizar tal profissional. Além disso, a ausência de rotina é instigante e o trabalho em prol dos vulneráveis estimula meu lado humano”, destacou a delegada.
No que tange os cuidados em alimentar uma certa vaidade em meio a correria do dia à dia, a delegada foi decisiva em dizer que sim, é possível! “Costumo dizer que um blazer preto e um “batomzinho” deixado no gabinete para emergências sempre salvam as mulheres. Entendo que essa “boa vaidade”, não pode ser deixada de lado, pois o cargo além de policial é de natureza jurídica, o que exige postura”.
Para Natália Porpino é gratificante trabalhar na Polícia Civil do Maranhão. “Temos profissionais competentes e comprometidos, os quais realizam ações preventivas de combate à criminalidade. Mesmo é meio as dificuldades por conta de recursos, sabemos que essas iniciativas preventivas, principalmente nas Delegacias Especializadas da Mulher são de suma importância, pois trabalhamos essencialmente com a desconstrução de comportamentos preconceituosos e abusivos”, finalizou a delegada.
O que podemos concluir é que diferentemente do que muita gente imagina o gênero não influencia em nada. Esse estereótipo que o policial tem que, necessariamente, ser uma pessoa muito forte, truculenta, é falso. As mulheres têm um papel essencial dentro da polícia, elas possuem uma sensibilidade, uma calma e uma delicadeza que pode resolver certos problemas, que, às vezes, uma corporação composta apenas por homens não consegue resolver.
Em certas ocorrências a calma e raciocínio feminino serão mais necessários, enquanto isso, quando houver necessidade de maior força física, por exemplo, o homem vai ter seu papel mais predominante.
Parabéns a todos as mulheres da Polícia Civil do Maranhão e do Brasil. A Polícia Civil do Maranhão reconhece, respeita, pois se estamos aqui é porque elas um dia tiveram a ousadia de dar o primeiro passo, muitas vezes dando a própria vida.
Por: Anselmo Oliveira
ASCOM-PCMA
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