Preso
pela polícia espanhola por traficar 39 kg de cocaína, o
segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues fez ao menos 29
viagens no Brasil e no exterior desde 2011, várias delas com
presidentes.
Em nota, a assessoria da Presidência
afirmou que “o militar não trabalha na Presidência da República e não
estaria na comitiva presidencial”. “Ele pertence ao Grupo de Transportes
Especiais da Força Aérea Brasileira e exerce função de comissário de
bordo”, disse.
O segundo-sargento não tinha cargo na
Presidência da República nem estava ligado diretamente com a equipe
presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), que viajou para o Japão na noite dessa terça-feira (25/06/2019). Em caso de emergência, Silva Rodrigues poderia ser requisitado.
O sargento integrava a tripulação de um
avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que viajava no reconhecimento
prévio da rota da viagem de Bolsonaro para o encontro do G-20 no Japão.
Ele foi preso em Sevilha pelas autoridades espanholas.
Manoel Silva também realizou outros 14
roteiros entre 2016 e 2018, durante o governo Michel Temer. Em janeiro
do ano passado, por exemplo, Rodrigues estava no grupo que acompanhou
Temer na Suíça para o Fórum Econômico Mundial.
Houve também ao menos quatro missões do
sargento no governo Dilma Rousseff. Em 6 de maio de 2016, o militar
estava na comitiva da petista em viagem a Juazeiro do Norte (BA) e
Cabrobró (PE) para visitar as obras de transposição do São Francisco. Em
2011, o sargento esteve nas agendas de representantes do Itamaraty em
Washington, nos Estados Unidos, e Saint John’s, em Antígua e Barbuda, no
Caribe.
Em mensagem publicada no Twitter,
Bolsonaro disse considerar “inaceitável” o episódio envolvendo o
sargento. “Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio de
ontem, ocorrido na Espanha, é inaceitável. Exigi investigação imediata e
punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no
avião da FAB. Não toleraremos tamanho desrespeito ao nosso
país!”, afirmou.
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