A PF confirmou durante a coletiva de imprensa realizada na
segunda-feira (21), na capital, que a embarcação partiu no mês passado
em direção ao Brasil com 25 africanos a bordo. Imigrantes de Cabo Verde,
Guiné, Serra Leoa, Senegal e Nigéria.
Segundo o delegado da Polícia Federal, Robério Chaves, os imigrantes
enfrentaram uma grande tempestade e o mastro da embarcação não suportou,
quebrou e por isso eles ficaram à deriva. “Vento muito forte acabou
quebrando o mastro da embarcação e num segundo momento também o motor
caiu porque danificou o suporte e caiu. Eles ficaram à deriva”, contou.
Os imigrantes estavam em alto mar desde o 29º dia da viagem até serem
encontrados por pescadores. Não tinham água e nem comida. De acordo com
a PF cada um pagou entre 1000 e 1.100 euros, que equivalem na cotação
de hoje a R$ 4.800.
Os imigrantes resgatados no Maranhão contaram que vieram ao Brasil em
busca de uma vida melhor devido a situação que viviam. Na noite em que
chegou no Maranhão, Mucqtaer Mansaray, de Serra Leoa, falou que se
arriscou na viagem ao Brasil por conta da dificuldade financeira em
pagar a universidade. Ele se diz estudante de ciência da tecnologia. “A
gente trabalha e não tem maneira de pagar a ‘propina’. Por isso a gente
veio pra cá porque a propina é melhor”, afirmou.
Segundo os africanos, esse dinheiro teria sido entregue aos dois
brasileiros, apontados nas investigações como coiotes, termo atribuído a
pessoas que ajudam na migração ilegal. Os dois brasileiros que estavam
na embarcação foram presos pela Polícia Federal e indiciados por tráfico
internacional de pessoas.
A Polícia Federal não divulgou os nomes deles. Somente os estados de
origem. Um é da Bahia e outro do Rio Grande do Norte, mas ambos moram no
Rio de Janeiro, para onde levariam os africanos que agora estão em São
Luís, desde o resgate no fim de semana.
De acordo com os policiais federais os refugiados têm duas
alternativas: serem repatriados ou permanecerem no Brasil, com
autorização do governo, já que tem direito a pedido de refúgio.
O também delegado federal, Luís André Lima, revelou que todos os
refugiados vão ser entrevistados e cada caso será analisado. “Por hora
eles estão alojados no Ginásio Costa Rodrigues. Nós vamos encaminhar
equipes para entrevistar todos os cidadãos africanos e a partir de então
decidir qual a melhor medida migratória para o caso de cada um deles”,
finalizou.
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