Abrigo para meninas infratoras deve dispensar adolescentes por falta de vagas |
O Ministério Público do Estado (MP), por meio da Promotoria Especializada de Promoção de Medidas Socioeducativas de São Luís,
denunciou nesta quinta-feira(8) o fechamento do Centro de Juventude
Florescer (unidade de cumprimento de medidas para adolescentes
infratoras, situada no bairro do Anil) e, em consequência, a dispensa de
cinco meninas que permaneciam no local. De acordo com o MP, a liberação
das jovens ocorreu por causa do encaminhamento de meninos oriundos de
outras unidades de ressocialização da capital maranhense para o Centro
Florescer.
Segundo a titular da Promotoria Especializada de Promoção de Medidas
Socioeducativas de São Luís, Fernanda Helena Nunes Ferreira, a liberação
das jovens - que cumprirão em liberdade prestação de serviços à
comunidade - implica 'falhas' na garantia dos direitos humanos das
crianças e dos adolescentes. "Trata-se de uma falta de responsabilidade
das autoridades públicas que liberaram essas meninas que, até então,
estavam sendo recuperadas pelo Estado. Essas jovens poderão
perfeitamente, a partir de agora, voltar à criminalidade e prejudicar um
trabalho que estava sendo feito, até então, para a reinserção desse
público na sociedade", disse.
Ainda de acordo com a promotora, até segunda-feira, dia 12, outras 20
meninas deverão ser liberadas do Centro de Juventude Florescer. "Com
base no Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA], essas jovens
deveriam ter outro tratamento por parte do poder público. Isso que está
ocorrendo é inadmissível e precisa ser visto por outras autoridades. Não
há como criar uma sociedade mais justa e responsável se os jovens não
recebem a devida atenção dos órgãos e instituições de recuperação desse
público", disse.
Outras unidades
A promotora titular da Promotoria Especializada de Promoção de Medidas Socioeducativas também informou que a unidade do Alto da Esperança, para a recuperação de adolescentes infratores, também precisa de atenção das instituições responsáveis. "Quando surgiu, a unidade do Alto da Esperança deveria receber apenas menores em um determinado período. No entanto, ainda está aí e, pelo que o Ministério Público tem de informações, já está havendo superlotação nesses locais", informou.
A direção da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) não se
pronunciou sobre o assunto. O Ministério Público citou o Decreto nº
29.899, emitido em 28 de março deste ano, em que o Governo do Estado
declarou a situação de emergência na Funac pelo prazo de 180 dias. De
acordo com o Decreto, a medida foi tomada em virtude de "conflitos,
fugas, ameaças e motins".
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