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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Mãe e filha são resgatadas em BR e denunciam que eram exploradas em sítio

Uma mulher de 44 anos e a filha de 21 foram encontradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-343, em Floriano, após serem expulsas de um sítio na zona rural da cidade. Aos policiais, elas relataram que faziam trabalhos domésticos, no entanto, não eram remuneradas. Até o auxílio emergencial a que tinham direito, mãe e filha alegam que foram impedidas de sacar o dinheiro. O caso chegou ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE).

“Elas contaram que foram embora e não tinham pra onde ir. Nos disseram que nessa propriedade não recebiam dinheiro e que o rapaz ficava com o benefício do auxilio emergencial”, disse ao Blog, o promotor José de Arimatéa Dourado Leão, da Promotoria de Justiça da comarca de Floriano.

Segundo o promotor, a mãe é do Maranhão e teria sido mandada embora após se recusar a viver com uma pessoa da propriedade. “Elas não têm pra onde ir. Ela (mãe) é natural do Maranhão, o marido morreu há muito tempo e ela ficou nessa propriedade. O dono queria que ela se juntasse com um trabalhador lá da propriedade e ela disse que não queria e, por conta disso, ele a mandou embora”, relatou o membro do MP.

Questionado se as mulheres estariam em cárcere privado ou em situação análoga à escravidão, o promotor afirmou que elas relataram apenas que não recebiam salário e o que proprietário era grosseiro. "A senhora relatou que trabalhava, mas não recebia salário, somente comida. Não relatou sobre sua vida na fazenda, mas disse que o patrão era muito grosseiro", declarou.

Ligado à área da infância e juventude, o promotor informou que abriu um processo administrativo para apurar se a filha possui algum problema de saúde e, se confirmado, receber ajuda do governo através do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“O CRAs vai fazer a visita na localidade para tentar inserir ela na rede assistencial de saúde, caso seja comprovado alguma deficiência mental. Vai passar por uma avaliação psicologia e pode receber o BPC”, afirmou.

Mãe e filha estão agora na mesma localidade, só que na casa de uma vizinha. A menina estuda na comunidade. Segundo o promotor, a vizinha já colocou à disposição da mãe um advogado para que ela questione seus direitos trabalhistas na justiça.

“Na esfera criminal ela nos disse que tem um advogado que foi arrumado pela professora que o acolheu. Ela quer apenas receber a verba trabalhista. Até isso acontecer, se a gente conseguir incluir a filha na rede, já melhora a situação”, informou.

Relato da PRF

Segundo a PRF, mãe e filha relataram aos policiais que atenderam a ocorrência que eram impedidas de tomar banho e que foram expulsas após serem chamadas de 'preguiçosas'. Elas contaram que a situação se manteve por seis anos. 

"Elas informaram que nunca receberam tais quantias e que eram proibidas de saírem de deixar o local. Além de realizar todo o trabalho doméstico e limpeza do sítio, constantemente, eram informadas que o banho era exclusividade dos seus patrões, além de constantemente sofrerem constrangimentos", informou o inspetor Alexsandro Lima, do Núcleo de Comunicação da PRF.

Segundo ele, as vítimas também relataram que tiveram os documentos retidos. O Cidadeverde.com entrou em contato com a Polícia Civil que ainda não recebeu a denúncia.

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